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X muda política e poderá usar dados de usuários para treinar IAs de terceiros

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O X alterou a política de privacidade e os termos de serviço da rede social na última quarta-feira (16) para mudar algumas regras sobre o uso de dados de usuários para treinar modelos de IA.
A empresa de Elon Musk afirma que poderá treinar algoritmos de aprendizado de máquina e IA com os conteúdos publicados na rede sem pagamento de royalties, além de fornecer dados para terceiros com finalidades parecidas. As alterações vão entrar em vigor apenas a partir de 15 de novembro.

Uso de dados para IAs de terceiros​

A primeira grande mudança está na Política de Privacidade da plataforma, dentro da seção “Compartilhamento de informações”. O X adicionou um parágrafo adicional para informar que pode compartilhar ou divulgar informações da conta com terceiros caso o usuário tenha optado por liberar esses conteúdos. Isso inclui o uso de informações para “propósitos independentes”, como treinamento de modelos de IA (generativa ou não).
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Veja o parágrafo na íntegra:
Colaboradores de terceiros. Dependendo de suas configurações, ou se você decidir compartilhar seus dados, poderemos compartilhar ou divulgar suas informações com terceiros. Se você não optar por não participar, em alguns casos os destinatários das informações poderão usá-las para seus próprios propósitos independentes, além daqueles declarados na Política de Privacidade da X, incluindo, por exemplo, para treinar seus modelos de inteligência artificial, sejam eles generativos ou não.
Vale lembrar que a plataforma lançou uma configuração para que cada conta autorize ou não o uso de dados para treinar os modelos de IA do chatbot Grok em julho deste ano, mas o recurso veio ativado por padrão. Porém, a mudança refletia apenas nas soluções de IA do próprio X e não mencionava empresas externas.

Licença para treinar IA com qualquer conteúdo​

Outro ponto importante está nos termos de serviço da plataforma: o X mudou um parágrafo sobre a Concessão de Direitos sobre o Conteúdo, uma licença sem royalties que permite que a empresa tenha liberdade para “usar, copiar, reproduzir, processar, adaptar, modificar, postar, transmitir, exibir, carregar, baixar e distribuir” conteúdos postados na plataforma.
A licença já existe há anos nos termos de serviço da rede social, mas a mudança destaca dois fatores principais: a licença será livre de royalties (com o direito de sublicenciar) e a empresa terá o direito de usar os materiais para “prestar, promover e aprimorar serviços”, incluindo o treinamento de modelos de aprendizado de máquina e IA.
A última versão dos termos, publicada em março do ano passado, não mencionava a inteligência artificial.
É importante destacar que o usuário precisa concordar com estas diretrizes e com a política de privacidade para usar a rede social, então qualquer pessoa que discorde das medidas precisará rever o aceite (ou não usar a plataforma) a partir de 15 de novembro.
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Mudança nos termos de serviço do X menciona treinamento de IA (Imagem: Captura de tela/André Magalhães/Canaltech)

Uso de posts para treinamento de IA​

Não é novidade que as redes sociais estejam usando os posts da comunidade para treinamento de modelos de IA generativa — X, Meta e LinkedIn já fazem isso —, mas o problema é que, em alguns casos, isso não é anunciado pelas empresas de forma clara.
A prática já rendeu alguns impasses no Brasil, como uma medida preventiva da Autoridade Nacional de Proteção de Dados para impedir que a Meta treinasse os modelos de IA com posts dos usuários. A Big Tech suspendeu alguns recursos de inteligência artificial generatia no Brasil e só foi liberada para usá-los novamente no final de agosto.
A ANPD também pediu esclarecimentos ao X quando a rede mudou os ajustes para o treinamento do Grok, mas não publicou novas informações sobre o assunto. O Canaltech entrou em contato com a autarquia para um posicionamento sobre as mudanças recentes na rede e aguarda um retorno (a matéria poderá ser atualizada).
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Fonte: Canal Tech
 
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