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A história do Orkut | Rede social já foi a favorita do Brasil

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A história do Orkut tem altos e baixos e afetou a vida de milhares de usuários ao redor do mundo. O Brasil adotou a rede social desde seu lançamento, em 2004, até seu encerramento, dez anos depois, e ajudou a formar inúmeros grupos com discussões e brincadeiras, além de relacionamentos e amizades duradouras. Nas próximas linhas, você vai conhecer mais sobre a plataforma.

A origem do Orkut​

O Orkut foi criado por Orkut Büyükkökten, um engenheiro de software nascido na Turquia, e lançado sem muito alarde em 22 de janeiro de 2004. O desenvolvimento do projeto ocorreu enquanto o criador trabalhava no Google e trazia semelhanças com outro trabalho de Büyükkökten: o InCircle, da companhia Affinity Engines — isso inclusive resultou em uma ação judicial pela empresa contra a Gigante de Buscas e o profissional em junho de 2004.
É possível considerar que a primeira raiz do Orkut tenha sido outra rede social chamada Club Nexus, que o desenvolvedor lançou quando era aluno da universidade de Stanford, em 2001, nos Estados Unidos. Seu foco era o de integrar estudantes, que utilizavam seus endereços de e-mail para se inscreverem e se juntarem aos amigos.
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Página de login do Orkut (Imagem: Reprodução/Webarchive)

Só para VIPs​

Quando foi lançada, a página tinha o objetivo de ser global e trazia três modelos de perfis: genérico, profissional e de encontros, porém, possuía uma cara de “clube secreto”, pois só podia se cadastrar quem recebesse um convite de algum membro do Orkut.
Segundo o criador da plataforma em uma entrevista exclusiva para o Canaltech, isso ocorreu por dois motivos: criar um laço entre a pessoa convidada e a rede, já que entre elas haveria uma pessoa conhecida e controlar o crescimento.
"Os convites limitados promoveram uma expansão mais orgânica, onde a rede cresceu através das conexões e círculos sociais existentes”, destaca Büyükkökten.
“O modelo de convite nos ajudou a controlar o ritmo de crescimento, o que nos permitiu escalar de forma mais eficaz com a nossa crescente base de utilizadores”, complementa.

Mesmo com essa pegada mais “VIP” , não demorou muito para a rede social ser recheada de entusiastas que só queriam encontrar pessoas com gostos parecidos para conversar e se divertir.
Uma prova disso é que, quando chegou ao Brasil, o Orkut se tornou o queridinho do país, juntando todo tipo de pessoa nas comunidades. O sucesso da marca foi tão imenso, que o Google decidiu transferir o escritório responsável pelo serviço para Minas Gerais em 2008.

Sem timeline​

Falando em comunidades, esse era o grande foco da plataforma. Não havia timeline no Orkut — ou seja, nada de ver todas as atualizações de amigos em um lugar só, como no Facebook ou no Instagram. Era necessário entrar nos grupos e trocar ideia sobre esse assunto, que ia do mais comum, como um time de futebol, ao mais maluco, como “Abro a geladeira para pensar”.
Além disso, você podia postar fotos, criar biografias completas, mandar relatos para os amigos e muito mais. Houve uma época em que games e avatares — conhecidos como BuddyPoke — também faziam a galera interagir ainda mais.
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BuddyPoke e jogos de fazendinha marcaram a rede social (Imagem: Reprodução/Webarchive)

Orkut durou 10 anos​

Após uma trajetória de sucesso no Brasil e em países como China e Índia, o Orkut não conseguiu vencer outras redes sociais como o Facebook e o Twitter. Assim, em 30 de setembro de 2014, a plataforma foi oficialmente encerrada pelo Google. A estimativa é que havia cerca de 66 milhões de usuários ao redor do mundo contra os 1,19 bilhão de pessoas ativas no Facebook na mesma época, segundo o Statista.
Depois do fechamento, Orkut Büyükkökten lançou em 2016 uma nova rede social chamada Hello, mas que chegou ao fim em 2022. Já em abril do mesmo ano, a página do Orkut foi reativada com uma mensagem de retorno, no entanto, até hoje nada mais foi informado.
Para o “pai” da rede social, ainda há espaço para serviços similares.
“Acredito que agora, mais do que nunca, as pessoas desejam uma experiência que seja mais autêntica e sincera — uma rede social que se concentre em conexões significativas, no desenvolvimento de comunidades e no avanço da sociedade”, frisa Büyükkökten.
O criador da plataforma também acredita que os influenciadores digitais podem ser de grande ajuda, mas a cultura precisa mudar.
“Para começar, podemos promover mais autenticidade e transparência, mitigar a propagação de influenciadores e conteúdos prejudiciais, proteger públicos vulneráveis, especialmente crianças, e promover a diversidade e a inclusão”, sugere o profissional.
“Os influenciadores devem promover conexões genuínas e priorizar a construção de comunidades e o envolvimento autêntico em detrimento de patrocinadores e ganhos pessoais. O Orkut é um ótimo exemplo de rede social que não focou em anúncios e influenciadores e criou um ambiente seguro que promove positividade, conexão e comunidade”, finaliza.
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Exemplo dos grupos malucos do Orkut (Imagem: Reprodução/Webarchive)

Legado​

O Orkut deixou saudades para muitas pessoas que curtiram cada momento e grupo durante seus anos dourados e Büyükkökten entende a importância da plataforma ao criar uma “fundação de como as redes sociais deveriam ser”.
“O Orkut moldou a cultura digital moderna em muitos países como o Brasil e introduziu os serviços e ferramentas necessários para se conectar com indivíduos e comunidades com ideias semelhantes”, apontou o criador da rede social“, aponta o criador da rede social.
“As pessoas se lembram do Orkut como o local onde conheceram seus melhores amigos, encontraram o emprego dos sonhos, até se apaixonaram e criaram famílias. Esta foi uma época em que as redes sociais visavam conectar pessoas, capacitar comunidades e criar uma sociedade melhor”, conclui.
Enquanto muitas pessoas aguardam pela nova versão, o Canaltech fez uma lista de coisas que não podem faltar no novo Orkut, só falta a rede social dar as caras.
Leia a matéria no Canaltech.
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Fonte: Canal Tech
 
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