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Meta espionava tráfego de usuários do Snapchat, revelam documentos

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Um tribunal federal da Califórnia, nos Estados Unidos, divulgou nessa terça-feira (26) documentos que revelam que a Meta criou um projeto secreto para espionar a atividade de usuários no Snapchat. Chamado de “Caça-Fantasmas”, em referência ao logo da concorrente com ícone de fantasma, o projeto foi desenvolvido em 2016 com o objetivo de analisar o comportamento das pessoas ao usar o app rival.
A documentação faz parte de uma ação coletiva movida por consumidores contra a Meta e inclui e-mails trocados por executivos da companhia e também o CEO Mark Zuckerberg.

Projeto Caça-Fantasmas​

As mensagens obtidas e divulgadas pelo tribunal federal em meio à ação coletiva detalham o pedido de Zuckerberg, em 2016, de criar um mecanismo para obter dados sobre o comportamento das pessoas ao navegarem no Snapchat.
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Em um e-mail de 9 de junho de 2016, o CEO escreve que “sempre que alguém pergunta sobre o Snapchat, a resposta geralmente é que, como seu tráfego é criptografado, não temos análises sobre ele”.
O executivo continua a mensagem com a solicitação: “Dada a rapidez com que estão crescendo, parece importante descobrir uma nova maneira de obter análises confiáveis sobre eles. Talvez precisemos fazer painéis ou criar um software personalizado. Vocês deveriam descobrir como fazer isso”.
Meta criou projeto para monitorar a atividade de usuários no Snapchat (Imagem: Unsplash/Thought Catalog)

Meta criou projeto para monitorar a atividade de usuários no Snapchat (Imagem: Unsplash/Thought Catalog)
Cerca de um mês após o e-mail de Zuckerberg, o time que trabalhava com a Onavo — uma ferramenta adquirida pelo Facebook que prometia um serviço de VPN, mas que anos mais tarde foi encerrada por ser classificada como spyware — apresentou uma proposta à diretoria.
Segundo e-mail de julho de 2016 dessa equipe, a Onavo poderia ser usada para “ler o que de outra forma seria tráfego criptografado para que possamos medir o uso no aplicativo”, afirmou em referência ao app concorrente.
De acordo com as informações divulgadas pelo tribunal, o programa “Caça-Fantasmas” foi ampliado em seguida para monitorar a atividade de usuários também na Amazon e no YouTube.

Críticas internas​

Apesar da prática de fiscalização do comportamento do público nos apps concorrentes ter sido levado adiante, a ação recebeu críticas internas na Meta (chamada ainda apenas de Facebook na época).
O então chefe de engenharia de segurança da companhia, Pedro Canahuati, expressou sua preocupação com o programa em um e-mail, também divulgado pela corte: “Nenhum responsável pela segurança se sente confortável com isso, não importa o consentimento que obtenhamos do público. O público geral simplesmente não sabe como isso funciona”, escreveu o funcionário.
O conjunto de e-mails com as revelações sobre o programa “Caça-Fantasmas” apareceu na análise da ação coletiva que acusa a Meta de comportamento anticompetitivo e exploração de dados de usuários por meio de práticas enganosas.
A ação tem como base o escândalo da Cambridge Analytica, no qual dados de mais de 87 milhões de usuários do Facebook foram utilizados de maneira indevida e sem o consentimento das pessoas.
Leia a matéria no Canaltech.
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Fonte: Canal Tech
 
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