Um novo estudo divulgado pela Kaspersky apresenta um panorama sobre o comportamento dos usuários em relação ao armazenamento e compartilhamento de imagens íntimas, com destaque sobre as práticas de "sexting" e os riscos associados à privacidade.
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A pesquisa, conduzida pela Censuswide entre 17 e 24 de maio de 2024, entrevistou 9 mil indivíduos — todos acima de 16 anos — de diversos países, incluindo Brasil, Estados Unidos, Reino Unido, França, Espanha, México e Peru.
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Comportamento sobre fotos íntimas
Os resultados da pesquisa mostram que 22% dos entrevistados têm imagens explícitas de si mesmos armazenadas em seus aparelhos. Essa porcentagem varia conforme a faixa etária, alcançando 34% entre os grupos de 16 a 24 anos e 25 a 34 anos, e diminuindo para 8% entre os adultos com 55 anos ou mais.Além disso, um quarto do total de participantes da pesquisa (25%) afirmou que já compartilhou imagens próprias de nudez com parceiros ou pessoas com quem conversam. Esse número sobe para 39% no recorte entre o público na faixa de 25 a 34 anos.
25% do total de participantes afirmou já ter compartilhado imagens próprias de nudez (Imagem: Reprodução/Freepik)
Em relação a fotos explícitas de outras pessoas, 20% dos participantes dizem possuir imagens armazenadas em seus aparelhos. O número sobe para 30% entre os grupos de 16 a 24 anos e 29% entre os de 25 a 34 anos. Os homens, independentemente da faixa etária, são mais propensos a ter essas imagens (25%) comparados às mulheres (17%).
Os dados da pesquisa também indicam diferenças no comportamento de armazenamento e compartilhamento de imagens explícitas entre regiões. Na América Latina, os índices de envio e recebimento de material explícito são mais elevados, com 31% e 45%, respectivamente, superando as taxas observadas em outros países.
Abuso de imagem íntima
O elevado volume de fotos íntimas armazenadas e compartilhadas está associado a uma preocupação crescente de exploração dessas imagens. Em nível mundial, 46% dos entrevistados no estudo afirmam que já foram vítimas de abuso de imagem íntima ou conhecem alguém que sofreu com essa forma de violação, como amigos, ex-parceiros ou familiares.Entre as gerações mais jovens, essa porcentagem é ainda mais alta: 69% dos indivíduos de 16 a 24 anos e 64% dos de 25 a 34 anos relatam ter vivenciado ou conhecido alguém que enfrentou esse tipo de abuso.
Jovens são as maiores vítimas de abuso de imagem íntima (Imagem: Reprodução/Freepik)
Além disso, os dados revelam que 15% dos adultos com mais de 35 anos foram vítimas diretas de “vingança pornô” ou foram ameaçados com imagens íntimas suas, em contraste com 11% dos indivíduos entre 16 e 34 anos.
No recorte da pesquisa apenas com dados do Brasil, os resultados mostram que mais da metade dos brasileiros (53%) conhecem alguém que sofreu com "vingança pornô", enquanto 5% afirmam ter sido vítimas diretas desse tipo de abuso online.
O relatório revela ainda uma diferença no entendimento dos entrevistados em relação aos casos de abuso de fotos explícitas. Embora 85% acreditem que compartilhar imagens íntimas sem consentimento deve ser punido com rigor, 50% consideram que, mesmo que uma foto seja compartilhada sem consentimento, a responsabilidade ainda recai sobre quem enviou a imagem.
A gerente da Linha de Ajuda à Pornografia de Vingança do SWGfL, Sophie Mortimer, comenta o estudo e afirma que: “O abuso de imagens íntimas é um problema contínuo e precisamos construir uma conversa nacional e internacional sobre o significado e a importância do consentimento, melhorar o conhecimento sobre segurança online e deixar claro que, quando ocorre um abuso ou uso indevido de uma imagem íntima, a culpa é inteiramente dos perpetradores”.
Medidas de segurança e educação
O relatório ressalta que a partilha de imagens íntimas sem consentimento é um problema global crescente e reforça a necessidade de maior educação e conscientização sobre os riscos envolvidos, especialmente entre os jovens.A Kaspersky sugere várias medidas para proteger a privacidade digital. Recomenda-se que os usuários reflitam sobre o compartilhamento de imagens, revisem as permissões de aplicativos e utilizem soluções de segurança confiáveis, como gerenciadores de senhas.
A empresa também aconselha o uso de ferramentas como o StopNCII.org para impedir a divulgação não autorizada de imagens íntimas e denunciar abusos às autoridades competentes.
Veja também o que é sextortion e como se prevenir.
Leia a matéria no Canaltech.
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Fonte: Canal Tech